segunda-feira, 4 de maio de 2009

Profissionais como analgésicos

No texto "Comunicação não é analgésico", de José Cerqueira Filho, é exposto o que acontece atualmente no mundo das organizações quando o assunto é um profissional de comunicação fazendo o mesmo efeito de um analgésico. Isto significa que este profissional não atinge a solução esperada pela empresa na hora de obter eficácia na resolução de um problema (ou até mesmo na hora de gerar novas idéias para progresso da organização), ele apenas arruma um jeito de mascarar o problema fazendo com que tal questão negativa para a empresa seja amenizada e não resolvida.

O mercado esta cheio destes profissionais analgésicos, que utilizam sempre os mesmos métodos de comunicação: press release*, folheto institucional, murais, entre outros. Estes profissionais utilizam tais materiais pelo fato destes produtos necessitarem mais do talento dos redatores do que o conhecimento deles perante a organização.

O maior problema de comunicação que ocorre dentro destes profissionais são eles mesmos. Mas o erro está presente também na própria empresa pelo fato dela possuir um modelo hierárquico de organização. Como sabemos, a boa comunicação começa primeiramente dentro da empresa, e, tendo um modelo hierárquico como base de organização a influência dentro do processo comunicativo acaba sendo mínima, pois desta maneira, os setores existentes dentro da empresa não tem interação um com o outro, não havendo troca de informações e, assim, dificultando o produto final do processo da comunicação.

Dentro da comunicação empresarial jamais devemos tentar o atalho, porque para que o processo comunicativo seja concluído com eficácia é necessário que o profissional encarregado de fazer a comunicação conheça de fato a empresa para qual exerce seus serviços.

Assim, para que esse conhecimento seja realizado da melhor maneira possível, o profissional de comunicação, antes de divulgar qualquer informação para os clientes da empresa ou para seus funcionários, deve conhecer cada milímetro da empresa. Para isso, ele tem em suas mãos diversos materiais, como a realização pesquisas de opinião com várias pessoas que sejam relacionadas com a organização. Nestas pesquisas também contém informações do que as pessoas esperam da empresa, emitindo dúvidas, sugestões e criticas sobre a mesma.

Com estas informações preciosas em suas mãos, o profissional de comunicação consegue agir de forma benéfica, fazendo com que as criticas vindas dos clientes e funcionários sejam revertidas, deixando as pessoas satisfeitas e assim alcançando a melhoria para a empresa. Tais informações também servem para descobrir o que os relacionados estão querendo receber e saber da empresa, facilitando mais ainda seu trabalho na hora de divulgar as notícias para os públicos internos e externos. Desta maneira ele saberá o que relatar e, o ponto mais importante, os públicos realmente estarão interessados em ler suas notícias.

Para que os profissionais da área da comunicação não serem vistos (e nem realmente serem) como ‘profissionais analgésicos’, eles precisam (e devem) conhecer cada pedaço da empresa que ele trabalha, para que assim seja possível alcançar, de melhor maneira possível, uma comunicação balanceada dentro da empresa, contendo informações que realmente interessam aos públicos e, para que estas informações concedidas pelos próprios públicos sejam utilizadas de forma benéfica para a organização.


*Press release: documentos divulgados pelo profissional de comunicação com a intenção de informar, anunciar, contestar, esclarecer ou responder aos públicos sobre algum fato que envolva a empresa para qual trabalha. Em outras palavras, o press release é uma declaração pública oficial e documentada da empresa.


Por Elisa Diegues Alchiolli

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